segunda-feira, 5 de fevereiro de 2018

LIÇÃO DE DOMINGO


Texto em foco: João 20.19-31

Depois de assistirem seu próprio líder morrer de maneira brutal, covarde e inocente. Os discípulos de Jesus, amedrontados de terem o mesmo destino, encontravam-se às portas fechadas em um lugar secreto para conversarem sobre as recentes novidades contadas pelas mulheres que o túmulo estava vazio. E de repente, lhes aparece Jesus.

Essa mensagem tem por finalidade nos levar a refletirmos sobre várias coisas concernentes a fé cristã: A importância de nos reunirmos, de fazermos missões, de que Jesus nos deu algo que há muito tempo havia se perdido no passado bem remoto: a esperança. De que a dúvida ou a incredulidade não é ignorada ou descriminada por Jesus. De que ter visto Ele vez dos discípulos bem-aventurados, entretanto, mais bem-aventurados são aqueles que ainda não o viu e creem.

A lição daquele dia de domingo é que:

Devemos dar importância a nossa reunião.
“Ora, Tomé, um dos doze, chamado Dídimo, não estava com eles quando veio Jesus.” (João 20:24 ARA).

Tomé não estava com eles. Veja como é importante estarmos juntos. Queridos, a Bíblia é tão clara sobre isso que desenvolve uma linha de raciocínio para que possamos compreender essa verdade: “Se, porém, andarmos na luz, como ele está na luz, mantemos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus, seu Filho, nos purifica de todo pecado.” (1 João 1:7 ARA). É como se fosse uma comparação lógica, tipo: se A se unir a B temos uma composição do alfabeto. Obviamente, podemos dizer que é uma composição do alfabeto A e B. Assim, quem anda na luz tem comunhão na assembleia dos crentes. Ou quem não tem comunhão na assembleia dos crentes, não está na luz.

Semelhantemente, outro autor neotestamentário escreve: “Consideremo-nos também uns aos outros, para nos estimularmos ao amor e às boas obras. Não deixemos de congregar-nos, como é costume de alguns; antes, façamos admoestações e tanto mais quanto vedes que o Dia se aproxima.” (Hebreus 10:24-25 ARA). Comentando sobre esse texto, Moody escreve: “Assembleia e comunhão são duas evidências da fé vital. Quando o zelo descai e a fé vacila, o desejo de manter comunhão com os outros crentes também enfraquece. O estímulo do v.24 se torna possível através da congregação […] O perigo da apostasia está emboscado na falha dos crentes em se reunirem e se ajudarem mutuamente”.

Temos que fazer missões.
“Disse-lhes, pois, Jesus outra vez: Paz seja convosco! Assim como o Pai me enviou, eu também vos envio.” (João 20:21 ARA).

Isso está bem claro na frase do v.21. Jesus foi o maior missionário da história do cristianismo. Igreja que não faz missões é um berçário espiritual. Você já viu como é um berçário? É um lugar cheio de crianças chorando, dependentes, e totalmente querendo atenção só pra elas. Estamos cheios de crentes assim, igrejas inteiras assim, cheio de pessoas que oram: me dar isso, me dar aquilo. Cheio de frases: Eu preciso disso, eu gosto disso, eu prefiro assim, etc. Estamos cheios de “eu”! E missões é o contrário disso. Focasse no outro. Jesus comparou o fato do Pai ter lhe enviado ao momento que delegava seus discípulos aqui. E para que venhamos a entender melhor o recado de Jesus nessa frase, precisamos olhar para Jesus. Em como ele veio até nós. Dentre centenas de registros dos Evangelhos e cartas sobre ele, podemos dize que:

a) Ele se esvaziou: “pois ele, subsistindo em forma de Deus, não julgou como usurpação o ser igual a Deus; antes, a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança de homens; e, reconhecido em figura humana,” (Filipenses 2:6-7 ARA). Temos que nos esvaziar de si mesmos. Estamos muito cheios de si e pouco ou nada do Espírito Santo.

b) Ele foi humilde e obediente: “a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até a morte e morte de cruz.” (Filipenses 2:8 ARA). A humildade tá faltando em nós. Diga pra você mesmo: “menos meu filho, menos”. Se queremos entender o recado de Jesus, temos que voar nas asas da humilhação e vestir as vestes da obediência. Vivemos uma época de desmandos do que Jesus nos ordenou. Mas, ele não, ele foi obediente e humilhou-se.

c) Ele veio buscar o perdido: “Porque o Filho do Homem veio buscar e salvar o perdido.” (Lucas 19:10 ARA). Não tem como irmos assim como Jesus veio por ordem do Pai, se não entendermos que as pessoas sem Cristo estão “perdidas”. A má compreensão da perdição humana desde a sua queda. A negação da doutrina da pecaminosidade humana. Tem levado muitos crentes a perder o foco em missões. Hoje, quando fazem algo do gênero, é todo voltado para ações sociais. Queridos, a Igreja de Jesus pode até ter ONGs, trabalhos sociais, mas ela veio para buscar os perdidos. É instrumento de salvação da eterna perdição dos pecadores.

d) Ele veio desfazer as obras do Diabo: “[…] Para isto se manifestou o Filho de Deus: para destruir as obras do diabo.” (1 João 3:8 ARA). Nossa missão é trazer libertação aqueles que estão presos ao pecado. E isso só pode ocorrer por meio da pregação do Evangelho. A palavra grega donde se traduz “destruir” (luse) é bem mais ampla. E tem uma relação muito maior com: “libertar alguém, soltar, desatar, desfazer”. (Léxico de Strong). Aparece timidamente: “dissolver” (idem) ou como metáfora: “derrubar, por de lado”. (idem). As pessoas estão escravas do pecado, Jesus já havia dito isso (cf. Jo.8.34), e dito que Ele tem poder de libertá-las (cf. Jo.8.36).

Jesus nos trouxe esperança.
“E, havendo dito isto, soprou sobre eles e disse-lhes: Recebei o Espírito Santo.” (João 20:22 ARA).

Aquele antigo relato bíblico de que o homem foi feito do pó da terra e Deus ter lhe dado espírito para que se torna-se alma vivente (cf. Gn.2.7) tornou-se triste quando, após a queda do mesmo, Deus disse que ele morreria, assim como do pó foi feito, ao pó voltaria (cf. Gn.3.19). Ficamos com o grito de vitória sobre a morte engasgado na garganta. Até hoje, a humanidade não se conforma com a morte. Tem a seu favor apenas o tempo para que os que ficam vivos possam suavizar a dor dos que se foram. Entretanto, esse mesmo tempo, vira inimigo de todos, pois aponta para a nossa partida também. Mas quando Jesus aparece aos discípulos e sopra sobre seus discípulos ele ressalta duas coisas:

a) A vitória sobre a morte. Pois ele ressuscitou, e na cruz gritou: “Está consumado”(cf. Jo.19.30). A pena do pecado ele tomou sobre si (cf. Rm.6.23). E ressurreição do seu corpo é a honra do homem que foi restaurada. O grito engasgado na garganta já pode ser soltado. Um dia, quando Ele vier, não importará se você estará vivo ou morto, quando a trombeta soar, você irá se encontrar com Ele e reunir-se com a sua Igreja. Que somos eu e você.

b) A vida vem agora mais abundante. Aquela vida que Deus deu a Adão no Paraíso soprando-lhe o fôlego de vida, agora temos aqui Jesus soprando e dando o Espírito Santo. Uma vida abundante, muito mais do que uma mera “bios” (grego, vida natural), mas uma “zoe”(grego, vida sobrenatural, espiritual). Por isso que Jesus disse: “O ladrão vem somente para roubar, matar e destruir; eu vim para que tenham vida [zoen] e a tenham em abundância.” (João 10:10 ARA).

Jesus considera suas dúvidas, incredulidades e incertezas.
“Passados oito dias, estavam outra vez ali reunidos os seus discípulos, e Tomé, com eles. Estando as portas trancadas, veio Jesus, pôs-se no meio e disse-lhes: Paz seja convosco! E logo disse a Tomé: Põe aqui o dedo e vê as minhas mãos; chega também a mão e põe-na no meu lado; não sejas incrédulo, mas crente.” (João 20:26-27 ARA).

No verso 27 quando ele aparece novamente, agora com Tomé presente, pede-lhe que confira tudo: mãos, pés e costelas. Conforme ele falara quando disseram-lhe: “vimos o Senhor”. Ele havia dito: “Se eu não vir nas suas mãos o sinal dos cravos, e ali não puser o dedo, e não puser a mão no seu lado, de modo algum acreditarei”. Olha irmão, irmã, Deus leva a sério suas palavras. Foi só Tomé dizer isso, oito dias depois Jesus vai ao encontro de suas palavras. Certa vez o profeta Elias, cansado de sofrer perseguições, agora de Jezabel, havia dito para Deus: “Já basta, ó Senhor. Toma agora minha vida”. (cf. 1Rs.19.4). Logos depois, no monte Horebe, Deus lhe respondeu: “Vai, volta por onde vieste […] ungirás […] a Eliseu”. (cf. 1Rs.19.15,16). Mais adiante Deus ouviu por completo suas palavras levando ele para o céu (cf. 2Rs.2.11). Quando ele diz “basta”, Deus lhe coloca Eliseu em seu lugar, quando ele diz “toma minha vida”, Deus lhe levou e até hoje ninguém mais o viu. Foi arrebatado por Deus aos céus.

Crer é maior do que ver.
“Disse-lhe Jesus: Porque me viste, creste? Bem-aventurados os que não viram e creram.” (João 20:29 ARA).

Ter visto Jesus é uma bem-aventurança desejada por todos nós, ter ceado com ele naquela noite de Páscoa, tem visto ele vivo é realmente algo maravilhoso. Mas Jesus considera aqui que muito mais bem-aventurados somos nós em termos acreditado nele sem ter o visto, tocado-lhe ou escutado ele pessoalmente.

Isso contradiz o sentimento faccioso de muito pregadores e líderes que se gabam em dizer que viram Jesus, que tiveram em companhia dele em suas orações. Contando isso como vantagem ou meio de se referendar. Entretanto, mais bem-aventurado não é esse. Até quando vamos nos enrolar com isso? Aquilo que a Bíblia diz já nos basta! Nossa referência é a Palavra de Deus. Se tivemos experiências espirituais com o Senhor, elas não nos fazem mais bem-aventurados, mas o fato de cremos nele, isso sim.

Deus vos abençoe com essa palavra! Amém.